A Polestar pode parecer uma marca totalmente nova e recente, porém remonta a 1996, quando foi criada a divisão para “apimentar” os Volvos…uma espécie de M tal como acontece na BMW ou AMG para Mercedes. Contudo, a Volvo sempre foi conotada com a sua segurança em primeiro lugar, e depois a performance, e por essa razão, a divisão nunca teve grande notoriedade.
Aproveitando os conhecimentos/engenharia, em 2020, esta divisão especializada, “soltou” o cordão umbilical com a Volvo, nascendo uma nova marca, contudo, não podemos esquecer que nho ADN da marca sueca era a base de todos os modelos. Assim surgiu o Polestar 1, um modelo de transição para o elétrico, pois recorria à tecnologia Plug-in. Depois o Polestar 2, um automóvel movido exclusivamente a eletricidade. Não podemos esquecer que parte do capital da Volvo e por consequência da Polestar vem da Geely um construtor chinês. Após anos a aprimorar a marca, chegou o momento de um “all in” numa gama nova, estando na calha de produção/desenvolvimento o Polestar 3, Polestar 4 e Polestar 5… mas a estrela principal, é para já, o Polestar 2 model year 2024.
É verdade é que este modelo ensaiado pela Motormag, antecede uma versão anterior, na qual se distingue exteriormente pela grelha frontal fechada (local onde existe um radar de médio alcance essencial para a segurança ativa), umas novas jantes de 20 polegadas, e não visível, mas não menos importante, o facto de ser agora um tração traseira, para um maior apuro dinâmico.
O Polestar 2 aplica que nem uma luva o lema “menos é mais”. Seja pelo seu design exterior de linhas simples, mas muito bem conseguidas, adjuvadas pelo desenho das luzes frontais (com o famoso martelo de thor herdado da marca mãe, a Volvo) quer pela linha luminosa na traseira, ou, então no interior, pelo facto de não existir, nem sequer um botão de start-stop ou do travão de mão. Ligar o Polestar é tão simples como entrar, colocar o pé no travão, e selecionar o Drive ou Reverse. Para desligar, basta premir o botão Park.
O sistema de Info-entretenimento está bastante completo e com todos os controlos fáceis de alcançar, e com um pouco de habituação conseguimos manusear facilmente todo os diversos sistemas, como o computador de bordo, climatização, navegação, áudio – um apontamento para a excelente sonoridade do sistema Harman/Kardon. Contudo, quando estamos ao volante alguns botões físicos de atalhos seriam bem-vindos (apenas temos para o volume do áudio, desembaciamento do vidro frontal e traseiro).
O Painel de instrumentos, segue a mesma linha. Com informação básica e simples facilmente conseguimos controlar consumos, estado de bateria, velocidade e ajudas à condução.
Os materiais aplicados em todo o interior são bastante nobres e de sólidos na montagem, tal como seria de esperar num modelo do segmento Premium. Uma nota muito positiva para o teto panorâmico de grandes dimensões que confere uma luz interior quer para os passageiros da frente quer para os traseiros – apesar de não existir nenhuma cortina, o que nos dias de calor pode ser uma desvantagem).
O espaço atrás é mediano, e a colocação do túnel central rouba um pouco de espaço. Por outro lado, para aumentar o conforto, ambos os lugares traseiros possuem aquecimento. A bagageira tem uma capacidade de 405 litros, que é complementado por mais um compartimento por baixo do capot com 41 litros, bastante útil para guardar, por exemplo, os cabos de carregamento.
Dinamicamente, o Polestar 2 está disponível em diversas opções, com tração traseira e tração integral, mas para já vamos centrar nas versões de entrada todas com o motor elétrico apoiado no eixo traseiro. Existe a versão de entrada, com uma bateria de 70 kWh e a debitar 272 CV, e outra com 80 kWh (disponível para toda a restante gama) com 299 CV. Esta última, foi a que tivemos oportunidade de ensaiar. Apesar de não serem as versões mais desportivas (como vamos ver mais adiante), nota-se que a “Polestar” não deixou as credenciais de performance para trás. Os quase 300 CV chegam e sobram para o desembaraço do trânsito, assim como resolvem facilmente uma ultrapassagem um pouco mais apertada. O binário máximo 490 Nm, disponível desde as 0 rpm, fazem-se sentir e, permitem cumprir os 0 aos 100 km/h, em apenas 6.2 segundos. Se por um lado a segurança é transmitida ao condutor de uma forma concisa, a suspensão possui uma taragem um pouco dura, que acaba por ser mais prejudicial aos passageiros traseiros.
Uma situação que requer alguma habituação são os 2 graus de regeneração possíveis, fundamentais para podermos “alongar” um pouco mais a autonomia. Nos primeiros quilómetros, verificamos que mesmo o nível baixo, a travagem é algo forte…mas que depois de nos habituarmos chegamos a conduzir o Polestar 2 sem tocar no pedal do travão. A posição de condução e o conforto dos bancos é excelente contado com o sempre útil, memoria de posição.
Em termos de autonomia, a Polestar 2 anuncia 655 no ciclo WLTP, um valor um pouco otimista se tivermos em conta que a média (sem qualquer preocupação) foi de cerca de 22 kWh/100km, com uma carga completa, os 80 kWh, ronda os 370 ~ 400 kms em vida real. Contudo, pode parecer um valor baixo, mas a Polestar 2 tem um trunfo, a capacidade de carregamento das baterias, pois pode ir de 11kWh em carregamento lento, ou 205 kWh em carregamento rápido que dá para ir dos 10% aos 80% em apenas 28 minutos. Enquanto carrega o sistema de Ino entretenimento dá uma ajuda, pois para passar melhor o tempo (com os miúdos por exemplo) pode jogar ou até ver um filme no Youtube enquanto as baterias carregam.
Para o fim, deixamos as duas outras opções, de tração integral, uma única bateria, de 80 kWh, mas que pode debitar 422 CV e a versão Performance com uns expressivos 476 CV…o qual a Motormag também teve oportunidade de ensaiar.
Relativamente a preços o Polestar 2 entra inicia-se nos 53.400€ para a versão de 70Kwh de capacidade de bateria e 272 CV e terminam no desportivo de 80kWh e 476CV com um valor de 66.900€.
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