O renovado Hyundai i30N foi, sem dúvida, uma surpresa enorme positiva. Um modelo que apelidei de DDD, pois é desportivo, divertido e que pode ser conduzido no dia-a-dia… sem restrições. Seja num agregado familiar de 2 pessoas ou mais este polivalente modelo, está à altura. Se por um lado pode ser utilizado nos percursos pendulares habituais, pode também ser uma fonte de diversão, com uma condução mais despachada ou, na forma mais radical, numa pista. Durante o nosso teste podemos conferir que a eletrónica e os sistemas/soluções adotadas trabalham de uma forma única para agradar a todos os níveis.
Motor
Indo diretamente ao assunto, quando ligamos o i30N, com simples toque de botão, desperta-se o bloco de 4 cilindros turbo, 2.0 litros de 280 CV, com um ronco grave e marcante, que, depois de aquecer um pouco, acalma. Mas se gostamos do que ouvimos (como foi o caso de todo o ensaio) carregamos no botão N e a nota de escape permanece a mesma.
Dependente da nossa disposição e o tipo de percurso que temos, podemos optar por diversos modos que mudam completamente o caracter do Hyundai i30N, adequando o comportamento e reação dependendo do modo escolhido. ECO, Normal, Sport, tal como o nome diz, no ECO o Hyundai i30N é um automóvel que privilegia os consumos, reduz o ruido de escape, ameniza as suspensões, a direção fica mais assistida, entre outros pormenores. O Normal, mantem os parâmetros anteriores mas com pequenos ajustes, nomeadamente na disponibilidade do motor, Sport tudo fica mais performante…e depois o modo N (endiabrado e tudo na máxima performance) com o controlo de estabilidade a ser mais permissivo nas derivas…ainda no modo N (através do botão exclusivo no volante) se carregarmos novamente surge o Custom ou seja, podemos personalizar o i30N ao nosso gosto…som do escape, performance do motor, reação do diferencial autoblocante controlado eletronicamente, taragem da suspensão, direção, entre outros aspetos. O meu modo preferido foi colocar o motor e o escape no desempenho máximo, mantendo a direção e a suspensão mais macias.
A unidade ensaiada estava munida de uma caixa automática de 8 relações de dupla embraiagem, que para além da rapidez, ajudam a “dramatizar” as passagens com um pequeno rátere, se for em altas rotações e sem levantar o pé direito. Numa condução mais calma, a inteligência, apercebe-se e faz com que a eficiência seja mais importante do que a performance trocando mais cedo e as rotações mais baixas.
A diversão ainda não acabou e os engenheiros da Hyundai, desenvolveram um sistema apelidado de N Grin Shift (NGS). Ativando este sistema através de num botão do volante, liberta a potência máxima do motor, durante 20 segundos…um “push to pass” num carro de dia a dia.
A tração, no eixo dianteiro, foi muito bem desenvolvida, com o conjunto de suspensão/chassis bem afinado para que não se perca em
derrapagens com a entrega dos 280 CV. A suspensão controlada eletronicamente e as barras anti aproximação, em cada um dos eixos (visível na bagageira) ajudam a curvar de uma forma muito rápida e segura. A inserção em curva e excelente e mesmo no limite o controlo de estabilidade, no modo desportivo, permite que haja uma deriva de traseira. Sempre a pensar na diversão!
O som de escape é mesmo fantástico. Mesmo no modo normal, existe um ou outro rátere, mas se estiver na disposição de nos divertir, basta soltar o acelerador acima de 5000 rpm, num túnel com o modo N ativado e vai deixá-lo com um sorriso! Em jeito de reflexão, se o ruído do motor/escape, os rateres, forem eliminados, é algo triste para os apaixonados do mundo automóvel. Como tudo na vida, há quem exagere quando os sistemas não são originais e desenvolvidos pelas marcas, mas este Hyundai i30N está no ponto certo! A realidade…já não há muitos modelos a soar como este, uma vez que são castradas cada vez mais com normas de emissões e mais sistemas de emissões.
Em termos de consumos, o i30N apresenta consumos na ordem dos 8 l/100km, contudo, se pretendemos extrair todo o potencial do motor, estes disparam para quase o dobro…mas vale bem apena o investimento em gasolina vs o sorriso que nos provoca!
Design e utilização
Algo que notei, é que a brecagem pareceu algo limitada, situação que depois de algum tempo acabamos por habituar e já manobrar tendo em conta esse facto.
Exteriormente, a traseira é dominada pelo posicionamento largo e com as saídas de escape e com a luz de terceiro stop em forma de triangulo. Na frente a novas luzes LED diurnas e o redesenhado para choques mantem a aparência robusta do modelo.
Após falar do apuro dinâmico, diversão ao volante e do exterior, passamos para o interior.
O posto de condução é excelente, muito graças aos bancos que conferem um apoio muito bom e são envolventes, mas sem serem demasiado duros. Um pormenor o símbolo N integrado na parte superior, ilumina-se à noite, conferindo um aspeto ainda mais desportivo.
O volante possui vários botões físicos, no qual destacamos o botão N e a definição e ajuste dos modos de condução. As patilhas da caixa logo atrás poderiam ter dimensões um pouco maiores.
Veja tambem: Nissan já revelou o novo GT-R
O painel de instrumentos contempla toda a informação, seja a fundamental, assim como informação adicional sobre parâmetros do motor – sempre útil para um entusiasta de automóveis. Para ajudar n
uma condução mais empenhada, existe também uma luzes no centro para avisar da proximidade do limite de rotação do motor.
No centro um sistema de infoentretenimento, que para além do sistema tradicional áudio, confesso que não utilizei muito pois preferia a “rádio escape”, contempla outros sistemas como Android Auto e Apple Car Play com ligação física, sistema de navegação, e diversos menus, como por exemplo o N mode, que apresenta toda a informação ao estilo de playstation. Para o dia-a-dia, a câmara traseira e sensores de estacionamento são sempre úteis.
A bagageira possui uma barra anti aproximação, pouco intrusiva, mas que se encontra visível – não roubando espaço, e permitindo rebater os bancos, graças ao posicionamento inferior. Com uma capacidade de 395
litros, é mais do que suficiente.
Preço
Em resumo, o DDD, ou melhor o Hyundai i30N ainda é dos poucos modelos em que podemos conduzir e não ficar com a sensação de sermos conduzidos! O preço inicia-se nos 46.790€ se adquirido com a campanha Cetelem
Comentários