O icónico todo-o-terreno da Mercedes, que estreou em 1979 e desde então se tornou um símbolo de estatuto inabalável no segmento– o Classe G – deu mais um passo significativo na eletrificação com o seu lançamento da versão elétrica prevista para 2015.
Uma heresia, ou desvaneio, mas é a tendência atual…ainda me lembro quando a Porsche anunciou um elétrico, ou, o primeiro Cayenne, o primeiro SUV da marca…alvo de muitas críticas, contudo, hoje são um sucesso.
Uma das justificações é que a Mercedes anunciou que o Classe G 580 elétrico, vai superar as versões de combustão interna em termos de potência e capacidade off-road. Equipado com tecnologia EQ: não tem a designação comum a todos os outros modelos, como por exemplo o EQS, EQE ou EQB, mas apenas a letra da classe o “G”…talvez por ser a letra mais icónica da marca de Estugarda.
Bom, dados técnicos, a motorização do novo G 580 fica a cargo de 4 motores que vão descarregar a sua potência, individualmente em cada uma das rodas (cerca de 147 CV). Combinados, debitam 588 CV e 1164 Nm de binário máximo. A disponibilizar energia para os 4 motores está a cargo de uma bateria de 116 kWh. Atendendo à aerodinâmica, tipologia de transmissão, e, sobretudo o peso – valor de tara de 2640 kg – limitam a autonomia a 473 km em ciclo WLPT, ou seja, no mundo real pode ser menos.
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Para compensar a autonomia, um “gadjet” muito interessante só possível dada a configuração mecânica. A Mercedes chama de G-Turn. Com um motor de tração em cada roda, possibilita rotação em diferentes direções e velocidades. Este facto, permite-nos que após carregar em alguns botões na consola central, segurar o volante, pisamos o pedal do acelerador, e vemos o Classe G a girar sobre o seu próprio eixo! Ao poder rodar 360º pode ajudar a sair de locais exíguos ou simplesmente impressionar amigos! Fico a pensar nos coitados dos pneus…e no próprio chão…se for em paralelo, não deve de ficar muito bem tratado, digo eu.
Mecanicamente mantem o eixo rígido atrás, fundamental para o desempenho fora de estrada, mantendo a suspensão independente na frente tal como os G de combustão interna.
A Mercedes-Benz descansa-nos relativamente à robustez do G580 pois a proteção de metal e fibra de carbono da bateria, a suspensão mais elevada que os motorizações a gasolina (permitindo um angulo de ataque ainda maior) e também uma passagem pela água de 85 cms -pelo menos 15 centímetros a mais que o G 63 AMG – confirmam as credenciais TT!
Em termos de design pouco ou nada muda por fora, mantendo as dimensões quadradas e pouco aerodinâmicas, algo que tem impacto na autonomia…mas um G é assim mesmo, feito para ter um excelente desempenho em TT, robusto, marcante, feito para durar!
Até agora, a Mercedes produziu sempre versões AMG dos seus modelos elétricos, como o EQE e EQS…aliás nos Estados Unidos, a versão AMG supera em vendas as versões normais pelo que é expectável que posse surgir um G580 AMG.
O Mercedes G580 é sem dúvida um marco importante, demonstrando a importância de eletrificação. Na minha opinião este seria um dos últimos modelos a receber tal atualização, mas a Mercedes quis enviar uma mensagem ao mundo…os elétricos vão continuar a ser um meio de transporte cada vez mais comuns e podem superar os modelos a combustão.
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