A nova diretora geral da Volvo Car Portugal, Susanne Hägglund, chega com a missão de impulsionar a mudança e incrementar os novos padrões que o construtor sueco estabeleceu a nível mundial. A questão da sustentabilidade e da eletrificação são a estratégia para 2022.

Recorde-se que em termos globais, no ano passado, a Volvo Cars traçou um dos mais ambiciosos planos ambientais da indústria automóvel. Mais recentemente assinou a Declaração para as Zero Emissões de automóveis na recente conferência ambiental realizada em Glasgow. De entre as medidas, referência para o impacto climático neutro nas unidades produtivas já em 2025, a comercialização exclusiva de automóveis 100% elétricos a partir de 2030 e ser climaticamente neutra em 2040.
Apesar de todos os constrangimentos que a indústria e o mercado automóvel sofreram nos últimos dois anos, a Volvo Cars conseguiu aumentar as suas vendas mundiais em 5,6%.
A venda de modelos eletrificados Volvo Recharge, com especial destaque para os SUV XC60, XC40 e XC90 disparou em todo o mundo, tendo crescido mais de 70% em relação ao ano anterior. Em 2021, a taxa de penetração dos modelos plug-in hybrid foi de 27,1% em relação às vendas totais com a componente dos modelos puramente elétricos já a representar 3,7% globalmente.
O mercado nacional e a eletrificação
Neste desafio por terras lusas, Susanne Hägglund espera poder “dar continuidade ao caminho que nos trouxe até aqui e, de alguma forma, conduzir uma transformação que julgo necessária nestes tempos tão desafiantes de mudança da indústria, da sociedade e do consumidor. A eletrificação requer transformações em todo o ecossistema! Precisamos evoluir no sentido de dar às pessoas a possibilidade de ter um automóvel 100% elétrico sem constrangimentos e essa será a minha principal missão em território nacional”, adianta a nova diretora geral da Volvo Car Portugal.

O ano de 2021 foi favorável para a contabilidade do construtor sueco. Portugal foi um dos mercados mundiais da Volvo onde as vendas da família Recharge mais cresceu, com a taxa de penetração a representar 61,1% do mix total de vendas. Um registo que surpreendeu Susanne Hägglund: “O que encontrei em Portugal foi verdadeiramente espantoso. A equipa, e aqui incluo para além da Volvo Car Portugal também os nossos concessionários, está a fazer um excelente trabalho posicionando a Volvo como uma marca forte no mercado. São pessoas verdadeiramente comprometidas com os valores da marca. Queremos ser uma marca Pessoal, Sustentável e Segura: Pessoal porque para nós, tudo começa e tudo termina nas pessoas; Sustentável porque se somos parte do problema, teremos que ser parte da solução; Segura porque essa é a nossa génese e 1 milhão de vidas salvas depois, queremos continuar”, refere a nova Managing Director da Volvo Car Portugal.
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Novos processos de produção em Torslanda
No seguimento e para acompanhar as novas exigências que a produção de unidades elétricas exigem, a Volvo Cars irá introduzir uma série de tecnologias, com destaque para os processos de fundição das peças da carroçaria em alumínio, uma nova linha para montagem de baterias – já lá vamos -, oficinas de pintura e oficinas de montagem final totalmente remodeladas.
Uma missão que, no decurso dos próximos anos, irá representar para o construtor sueco um plano de investimento de cerca de 955 milhões de euros, no complexo já existente de Torslanda, Gotemburgo, na Suécia.
A unidade fabril de Torslanda tem uma capacidade de produção anual de 300.000 automóveis, está em atividade desde o início da década de 60 e foi durante vários anos o maior empregador da Suécia. Neste momento emprega cerca de 6 500 funcionário e labora em três turnos de produção
Este investimento surge na sequência do anúncio da joint venture entre a Volvo Cars e a Northvolt e representa um investimento de aproximadamente 2,87 mil milhões de euros para a criação de uma nova fábrica destinada a produzir baterias, que irão equipar a próxima geração de modelos elétricos da Volvo, conforme detalhamos abaixo.
“Com estes investimentos, estamos a dar mais um passo importante em direção ao nosso futuro totalmente elétrico no qual queremos produzir automóveis ainda melhores e mais avançados. Torslanda é a nossa maior fábrica e desempenhará um papel crucial na nossa transformação à medida que avançamos para nos tornarmos num fabricante exclusivo de automóveis elétricos em 2030”, refere Håkan Samuelsson, chefe executivo da Volvo Cars.

Os novos processos de fundição das peças de alumínio, para a próxima geração de modelos elétricos da Volvo, será a mudança mais significativa. Fundir as principais partes da estrutura do solo numa única peça de alumínio vai permitir reduzir o peso, melhorar a eficiência energética e aumentar a autonomia do automóvel, mas também permitirá um maior aproveitamento do espaço a bordo.
Nova unidade fabril em Gotemburgo
A estratégia de elétrificação vai ainda ganhar mais força com a nova unidade fabril, também em Torslanda. O projeto terá arranque previsto para 2023, fruto da parceria entre a Volvo Cars e a Northvolt, estando previsto para 2025 o arranque de produção das baterias, que irão equipar os modelos elétricos da Volvo e da Polestar. Com uma capacidade potencial anual até 50 gigawatt hora (GWh), será capaz de responder e suportar o fornecimento de baterias para aproximadamente meio milhão de automóveis por ano. Este complexo irá ainda promover a criação de 3.000 novos postos de trabalho e será complementado por um Centro de Investigação e Desenvolvimento que ambas as empresas já haviam anunciado em Dezembro. Este centro irá começar a funcionar ainda este ano e implicará desde logo algumas centenas de novos postos de trabalho.

“A nossa parceria para células de bateria com a Northvolt é fundamental para as nossas ambições estratégicas de eletrificação. Pretendemos liderar o segmento dos automóveis premium elétricos e só iremos vender viaturas puramente elétricas a partir de 20302, refere Håkan Samuelsson, chefe executivo da Volvo Car Group.
Peter Carlsson CEO e fundador da Northvolt acrescenta ainda que: “O estabelecimento desta gigafactory em Gotemburgo é um passo decisivo, não só para continuar a transformar uma das regiões automóveis mais dinâmicas do mundo, como também para nos tornar no principal fornecedor global de baterias sustentáveis.”
Adrian Clarke, ex-executivo da Tesla, estará no comando das operações desta joint venture, que representa um investimento conjunto na ordem dos 2,87 mil milhões de euros.
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