Os preços dos usados subiram 20% nos últimos dois anos em Portugal. As contas são do portal de classificados automóveis Standvirtual. Esta plataforma analisou o mercado de veículos usados e constatou que o preço médio dos vendedores profissionais era, em janeiro de 2020, de 17 500 euros e fixa-se agora em 20 mil euros. Já no caso dos vendedores particulares, o preço médio aumentou 19%, de 16 mil para 19 mil para euros.
O Standvirtual explica que preços dos usados subiram 20% nos últimos dois anos em Portugal sobretudo devido ao impacto da falta de semicondutores na produção de automóveis novos. Isso teve efeitos em toda a cadeia comercial de viaturas. De facto, não só teve impacto nas vendas internacionais e portuguesas, como no mercado de usados.
Citadinos sobem mais
O segmento que registou a subida mais acentuada do preço médio foram os citadinos (+17%). Estes aumentaram o valor de venda de 11 500 para 13 500 euros. Seguem-se os SUV (+16%), que aumentam cerca de 3900 euros, de 24 100 para 28 mil euros. Os pequenos citadinos registam um aumento semelhante (+16%), com o preço médio a subir de 9500 para 11 mil euros.
Todos os restantes segmentos registam também aumento de preço médio, ainda que em menor intensidade, avança o Standvirtual. Com efeito, houve um aumento de +12% no caso das carrinhas (de 17 mil para 19 mil euros), dos utilitários (de 16 200 para 18 100 euros) e dos sedan (de 24 mil para 26 800 euros). Já os monovolumes tiveram um aumento de preço médio de 9% (de 16 mil para 17 400 euros), os cabrio de 8% (de 23 300 para 25 100 euros) e os coupé de 4% (de 29 900€ para 31 mil euros).
Mercedes Classe A e Renault Clio lideram subidas

É possível observar este aumento dos preços em alguns modelos mais representativos da procura no Standvirtual, com cerca de 50 mil km e a diesel. O Mercedes-Benz A180 d teve um aumento de preço médio de 24%, correspondente a seis mil euros, de 24 500 para 30 500 euros. O mesmo acontece com o Renault Clio, com um aumento de 19% do preço médio (de 13 500 para 16 mil euros). Por outro lado, tanto o Nissan Qashqai (que sobe de 21 400 para 23 800 euros) como o Renault Megane Sport Tourer (18 mil face a 20 mil euros) registam aumentos de 11%.

Escassez irá manter-se
A curva acentua-se sobretudo a partir de maio de 2021, explica o diretor-geral do Standvirtual, Nuno Castel-Branco. “Prevê-se que continue a existir escassez de produto e de veículos a entrar no mercado ainda durante os dois primeiros trimestres de 2022″. A recuperação deverá “começar a partir do terceiro trimestre e a consolidar-se já no final do ano”. Nuno Castel-Branco prevê “que se mantenham os preços mais elevados nesta fase”, mas que “voltem a baixar com a recuperação do mercado”.
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