A Arval revelou as tendências da mobilidade para os próximos três anos. A 18ª edição do Barómetro Automóvel e de Mobilidade, realizado pela empresa de gestão de frotas, analisou a opinião de empresas nacionais de mais de 26 países, incluindo Portugal, entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022, pouco antes do início do conflito Rússia-Ucrânia. Em resumo, o estudo revela confiança no futuro das frotas e identifica as razões que levam 25% das empresas a perspetivar crescimento.
O mesmo estudo revela que 47% das PME apostam na compra direta (seja por fundos próprios ou outra forma de crédito não automóvel), enquanto, 34% escolhe leasing financeiro. O renting surge em terceiro lugar com 11% e o crédito automóvel no final com 9%. Porém, entre os quatro principais métodos de funcionamento, a procura pelo uso de renting cresceu em Portugal de 7% em 2020 (pré-Covid) para 11% em 2022 (pós-Covid) (+57%).
Relativamente ao comportamento de encomenda de uma viatura nova, apenas 16% de quem compra viaturas nas PME procura um processo de escolha e compra totalmente digital. 35% dos inquiridos prefere uma combinação de contacto pessoal e digital.
Energias alternativas crescem
Outra métrica interessante das tendências da mobilidade para os próximos três anos divulgadas pela Arval dizem respeito à utilização de veículos de energias alternativas. Portugal tem vindo a crescer nesta matéria, já que 47% das empresas utilizam, pelo menos, um veículo com tecnologia híbrida, plug-in híbrido ou 100% elétrico. Este é um resultado que nos coloca em linha com a média na Europa. No entanto, no capítulo das viaturas 100% elétricas temos ainda um longo caminho a percorrer (8% em Portugal contra uma média de 19% de presença em frota de empresas europeias). Estes valores relativamente baixos têm como constragimentos identificados: a escassa oferta de pontos de carregamento nos escritorios, nas residências e via pública, bem como, o elevado preço da oferta de veículos elétricos.
Segundo Gonçalo Cruz, Head of Consulting and Arval Mobility Observatory, o observatório mostra que em Portugal, o automóvel particular é utilizado por 56% dos colaboradores nas deslocações casa-trabalho. A utilização de transportes públicos é a escolha de 28% das pessoas. Já 14% das pessoas utilizam a partilha de viaturas como forma de mobilidade no seu trajeto diário para o trabalho. Na generalidade dos paises europeus, a maior parte das empresas não abdica da sua frota de veículos para recorrer a soluções alternativas de mobilidade, vê-as antes, como um complemento, mas não como um substituto.
Por outro lado, em Portugal 25% das empresas já têm ou consideram uma mudança na sua política de mobilidade/frota, em resultado do desenvolvimento de modelos de trabalho híbrido, com a introdução do teletrabalho. Enquanto que, 68% das empresa lusitanas diz já utilizar, pelo menos, uma solução de mobilidade alternativa.
O Arval Mobility Observatory é um laboratório de market inteligence, reconhecido como uma das plataformas de partilha de informações sobre o sector das frotas e das novas tendências de mobilidade.
Comentários