O mercado automóvel português conseguiu um ligeiro crescimento em 2021. As vendas de automóveis ligeiros (veículos de passageiros e comerciais) registaram uma ligeira subida de 1,4% em relação ao ano anterior, avança a Associação Automóvel de Portugal (ACAP).
O mercado de ligeiros fechou o ano passado com 175 427 matrículas, contra 172 995 em 2020. Não obstante, foi um ano mau de vendas devido ao longo período de confinamento devido à pandemia, pelo que os operadores esperavam, à partida, um 2021 melhor. Porém, isso não sucedeu, devido à crise dos semicondutores. Os prazos de entrega em algumas marcas e modelos aproximam-se de um ano. Com efeito, de acordo com a ACAP, há uma quebra de 33,1% nas vendas face a 2019.
A falta de semicondutores foi-se agravando ao longo do ano e chegou a haver a expectativa de que 2020 fechasse no “vermelho”. De facto, em dezembro foram matriculados 17 889 automóveis ligeiros, o que representa uma descida de 28,6% em relação a igual mês de 2019 e de 11,4% face a dezembro de 2020. Não obstante, as vendas totais conseguiram o já referido ligeiro crescimento nas contas totais do ano.

Peugeot lidera mercado
Na análise por marcas, destaque para a troca de líderes, com a Renault, após 21 anos na frente, a ceder essa posição à Peugeot. Segundo dados da ACAP, a marca registou um crescimento em volume de 6,5% em 2021, para 22 891 unidades vendidas (ligeiros de passageiros e veículos comerciais ligeiros).
Entre as marcas premium, a disputa entre Mercedes-Benz e BMW foi grande, mas a marca da estrela repetiu a liderança neste segmento. A marca da estrela fechou 2021 como a terceira marca automóvel com mais vendas em Portugal, com 11 383 unidades (neste caso de ligeiros de passageiros).
“Novas” energias crescem
Por segmentos, no último mês do ano passado foram matriculados em Portugal 12 608 automóveis ligeiros de passageiros novos, ou seja, menos 11,5% do que em dezembro de 2020 e menos 28,9% do que no mesmo mês de 2019. No acumulado do ano, as matrículas de veículos ligeiros de passageiros totalizaram 146 637 unidades, o que se traduz numa ligeira subida (+0,8%) na comparação com 2020 e numa variação negativa de 34,5% relativamente a 2019.
Em 2021 registou-se em Portugal – numa tendência que é, de resto, internacional – um aumento acentuado (+54,2%) dos veículos ligeiros de passageiros novos movidos a outros tipos de energia, nomeadamente elétricos e híbridos. Destaque para a subida de 69,3% das vendas de veículos elétricos (para 13 260 unidades), de 60,3% dos híbridos (para 19 082 viaturas) e de 32% dos híbridos plug-in (para 15 660 unidades).
Elétricos – 13 260 (+69,3%)
Híbridos – 19 082 (+60,3%)
Híbridos plug-in – 15 660 (+32%)
Estas três tecnologias superaram um terço das vendas totais. Por consequência, diesel e gasolina perdem peso. sobretudo o diesel, dado que menos de 22% dos automóveis comercializados em Portugal em 2021 funcionavam a gasóleo. A gasolina representou perto de 43%.
Cenário mais “desanuviado” nos comerciais ligeiros
O mercado de ligeiros de mercadorias registou, no último mês de 2021, um total de 3281 unidades. Isso representa menos 10,7% face a dezembro de 2020 e de 27,7% face ao mês homólogo do ano de 2019.
Em termos acumulados, o mercado atingiu 28 790 unidades em 2021, o que representou uma subida de 4,4% face a 2020. Não obstante, na comparação com 2019, regista-se uma quebra de 25,1%.
Pesados vendem mais que em 2020
Quanto ao mercado de veículos pesados, o qual engloba os tipos de passageiros e de mercadorias, foi responsável, em dezembro de 2021, por 444 unidades. É um aumento de 21,6% face a 2020 e de 2,5% em relação ao mês homólogo de 2019.
No acumulado de 2021, esta categoria totalizou 4850 unidades. Trata-se de uma subida de 21,3% quando comparado com 2020 e uma quebra de 13% face a 2019.
Fonte: ACAP
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