O segundo dia desta travessia era mais curta em quilómetros, com “apenas” 360, mas igualmente pesada para os participantes.
Apesar da menor distância, nem por isso era de esperar facilidades; tando mais que, era previsto um tempo de condução na ordem das 9h30m, apenas um pouco abaixo do dia anterior, o que é revelador.
Percorrer o país em modo «Lés-a-Lés» é muito mais que cumprir o percurso, somar quilómetros; é efetivamente uma descoberta, um passeio assumidamente turístico, e por isso, tem de ser apreciado, como se de um bom vinho se tratasse. Tem de ser saboreado, e não pode ser “bebido de golada”.
O primeiro ponto de paragem (obrigatório) era Idanha-a-Velha, já com bastantes quilómetros “no lombo”. Era preciso percorrer cerca de 200 quilómetros até ao primeiro Oásis, o que obrigava a esforço extra.
O primeiro posto de combustível – localizado na margem do percurso – surgia apenas após 127km do palanque de partida por isso era necessário que os participantes se prevenissem, em terra, antes de ir para o mar.
Nada que assustasse estes marinheiros de águas bravas que, paulatinamente, minuto a minuto, lá foram deixando Castelo de Vide para trás rumo à Covilhã.
Pelo caminho, meus amigos, um deleite de paisagens infindáveis, quer em solo português quer por terras de nuestros hermanos.
A edição deste ano, teve um toque ibérico mais assinalável, ou não andássemos nós sempre encostados à fronteira, e permitiu aos participantes conhecer também, ao longo de vários quilómetros, bonitos encantos do país vizinho.
Logo nos primeiros quilómetros surgia o Menir da Meada – aquele que é p maior do género da Península Ibérica, e de visita obrigatória.
A caravana prosseguiu rumo a Montalvão, concelho de Nisa, cruzando para Espanha, sobre o Rio Tejo, por entre a Barragem de Cedillo. Uma construção que está vedada à circulação mas que, à boa maneira do Lés-a-Lés, os participantes tiveram a oportunidade de, excecionalmente, a atravessar, podendo assim contemplar a sua localização e paisagem envolvente.
Já em solo espanhol, os quilómetros foram-se somando por entre estradas bem desenhadas, bem ao estilo do Lés-a-Lés, de pouco trânsito e de uma envolvência paisagística assinalável.
Já próximo do Rio Salor, ainda em solo espanhol, oportunidade de ver outra das inúmeras pontes romanas ainda preservadas; antes de chegar à povoação de Alcantara, onde os participantes foram brindados com um enorme espólio arquitetónico, com as atenções a dividirem-se entre o Convento de S. Benito, o centro histórico e a Ponte Romana de Alcantara .
A vontade parar era contrabalançada pelos quilómetros ainda por percorrer. A caravana rumou ao longo da localidade de Segura, seguindo depois para Monfortinho, onde nos esperava mais um Oásis, agora nas termas locais.
Já mais restabelecidos, era tempo de conhecer Penha Garcia (), uma povoação protegida pela serra e com uma albufeira de singular beleza, e onde se situa o Geopark Naturtejo, o primeiro português a pertencer à Rede Mundial de Geoparques da UNESCO.
Percursos em terra batida também não faltaram
Um pouco mais à frente, surgia outros dos “rebuçados” desta edição do Lés-a-Lés. Um pequeno percurso, em terra batida, que passa à margem de Monsanto, antes de chegar a Idanha-a-Velha, onde nos esperava mais um ponto de paragem, junto à porta norte da Catedral de Idanha-a-Velha.
Estavam percorridos mais de metade dos quilómetros, O parque de campismo do Freixial, em Penamacor, convidada a pausa mais prolongada mas não havia tempo para grandes descansos, porque Covilhã ainda estava longe e antes de lá chegar, os participantes tinham tinha, no menu, mais uma incursão por terras espanholas. Com entrada por Valverde Del Fresno oportunidade para percorrer uma das rotas turísticas da zona com vista sobre Salamanca.
Antes de entrar em Portugal, houve ainda tempo para respirar fundo ao longo de mais um troço de terra batida, desta vez, de terra mais macia que obrigou a cuidados redobrados mas “limpou a alma”.
A chegada a Portugal foi visível a olho nu com o apertar da estrada.
Oportunidade para visitar a nascente do Rio Côa com a caravana a seguir depois rumo ao Sabugar, onde o enorme exemplar de Lice Ibérico nos dá as boas vindas – ou não fosse esta região um dos que compõe a reserva natural da serra da malcata, uma dos zonas de preservação deste espécie animal que procura fugir à extinção. O percurso até à Covilhã foi mais rolante
O ponto de eleição deste dia – sempre muito difícil de escolher – vai para, a descida na localidade espanhola de Alcantara. Uma descida em xisto, estreita, a serpentear a encosta e que desagua na imponente e bela ponte romana. Uma passagem a repetir.
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