As exportações de componentes acentuaram a descida em novembro. A Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) contabiliza um volume de 812 milhões de euros, uma queda de 13,6% face ao mesmo mês de 2020 e de 9,2% em relação a novembro de 2019.
No acumulado até novembro de 2021, as exportações de componentes automóveis atingiram 8427 milhões de euros, o que representa uma diminuição de 7,9% relativamente ao mesmo período do ano de 2019. É um ligeiro agravamento face ao mês anterior.
Apenas em fevereiro e março de 2021 é que as exportações se mantiveram acima do nível verificado em 2019. Comparando 2021 com 2020, percebe-se que no segundo semestre de 2021 as exportações diminuíram sempre face ao ano anterior.
Semicondutores, pandemia entre os justificações
A AFIA explica a descida nas exportações de componentes com vários fatores. “Os problemas nas cadeias de abastecimento continuam a afetar toda a indústria automóvel que, devido à falta de chips, componentes eletrónicos e também à escassez de outras matérias-primas têm levado a graves problemas nesta indústria, com os construtores automóveis a interromperem temporariamente a laboração”, refere a associação.
Também o aumento de casos relacionados com a pandemia de Covid-19 e o Brexit são causas apontadas para estes tempos difíceis. De facto, as exportações para o Reino Unido caíram 49,8%, passando este do quarto principal cliente para quinto.
Espanha e EUA destaque positivos
Ainda assim, é de salientar o comportamento das exportações para Espanha (principal cliente dos componentes automóveis fabricados em Portugal, com uma quota de 28,9%), que se encontram acima do nível da pré-pandemia de Covid-19: registaram um aumento de 0,1% face a janeiro-novembro de 2019.
Além disso, os Estados Unidos continuam a ser o quarto mercado cliente das exportações dos componentes automóveis produzidos em Portugal. As exportações lusas para aquele mercado atingiram 435 milhões de euros até novembro, o que significa uma quota de 5% das exportações totais.
Em relação aos países de destino das exportações de janeiro a novembro de 2021, e relativamente à mesma data de 2019, Espanha continua no topo com vendas de 2438 milhões de euros (+0,1%), seguida da Alemanha com 1729 milhões de euros (-11,1%) e da França, com um registo de 982 milhões de euros (-23,5%). O Estado Unidos (+22,44%) são o quarto destino dos componentes automóveis portugueses, seguindo-se o Reino Unido. No total, estes cinco países representam 71% das exportações portuguesas de componentes automóveis.
Os cálculos da AFIA têm como base as Estatísticas do Comércio Internacional de Bens divulgadas a 10 de janeiro pelo Instituto Nacional de Estatística. As estatísticas mais detalhadas sobre a descida nas exportações de componentes estão aqui.
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